Novo exame de sangue poderá detectar câncer de pulmão, segundo OMS

ROTANEWS176 E POR IG 16/07/2018 12:43

Teste poderá identificar possíveis proteínas que costumam ser comuns antes da formação de tumores e está sendo desenvolvido para prevenir a doença

Reprodução/Foto-RN176  90% dos casos diagnosticados de câncer de pulmão estão ligados ao consumo de derivados de tabaco

Um novo exame de sangue está sendo desenvolvido para conseguir identificar indivíduos com mais propensão a ter câncer de pulmão. O teste será capaz de detectar cinco proteínas específicas, conhecidas como “biomarcadores”, que podem ser encontradas antes da formação de tumores.

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O exame que pode ajudar a prevenir câncer de pulmão tem potencial para se tornar mais uma ferramenta no mapeamento de fumantes e ex-fumantes que precisam passar por outros exames, como a tomografia computadorizada.

A novidade está sendo desenvolvida pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Usando informação de quatro marcadores proteicos encontrados no sangue, junto com informação sobre tabagismo, conseguimos identificar 63% dos futuros pacientes com câncer de pulmão, entre fumantes e ex-fumantes, em comparação com 42% ao utilizar os atuais critérios de indicação para o exame de tomografia nos Estados Unidos”, explicou o cientista da IARC e um dos principais responsáveis pela pesquisa, Mattias Johansson.

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Identificação do câncer de pulmão

Os tumores que atacam o pulmão são responsáveis por 20% de todas as mortes relacionadas a câncer no mundo. Reduzir o consumo de tabaco é a forma mais eficaz para prevenir esse tipo de câncer. Outros meios incluem o combate à poluição do ar e à exposição ao radônio, uma substância radioativa.

A IARC lembra que a tomografia computadorizada consegue detectar o câncer de pulmão em estágios iniciais, quando a enfermidade ainda é tratável, o que pode reduzir a mortalidade pelo câncer .

“Esse é o primeiro estudo a demonstrar sistematicamente que um painel de marcadores proteicos pode melhorar a identificação de casos futuros de câncer de pulmão”, celebrou o chefe da Seção de Genética da agência, Paul Brennan.

Segundo o especialista, isso permitirá aprimorar os critérios de indicação de pacientes para o acompanhamento por meio das tomografias. A pesquisa da IARC foi conduzida em colaboração com a Universidade do Texas.

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No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 90% dos casos diagnosticados de câncer de pulmão estão ligados ao consumo de derivados de tabaco. Mais de 24,4 mil pessoas morreram em 2013 devido à doença, que tem sobrevida de até 5 anos, segundo o órgão.