Pesquisadora pode ter descoberto a cura para o câncer de mama através do veneno de marimbondos

ROTANEWS176 10/09/2024 10:20                                                                                                                              Por Gabriele Ferreira

A proteína chartergellus-CP1 mostrou eficácia contra dois subtipos de câncer de mama.

 

RN176 A cientista Marcia Mortari, da Universidade de Brasília, descobriu que o veneno de uma determinada espécie de marimbondo pode combater câncer. A pesquisa avança. Foto: Biodiversity4org/UnB

Márcia Mortari, professora de biologia e pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), fez uma descoberta promissora. Ela identificou uma substância no veneno do marimbondo brasileiro Chartergellus communis com potencial para tratar o câncer de mama. Desde o início da carreira, Márcia explora como elementos naturais podem servir de base para tratamentos de doenças. Após ser diagnosticada com um tumor mamário, ela direcionou sua pesquisa para moléculas que combatem o câncer.

Com sua equipe, Márcia descobriu propriedades antitumorais no veneno desse inseto. Testes laboratoriais confirmaram que a substância destrói células de câncer de mama e melanoma, um dos tipos mais agressivos de câncer de pele. Embora o marimbondo seja nativo do Brasil, a ciência nunca havia estudado suas substâncias. A equipe enfrentou o grande desafio de analisar as mais de 200 substâncias do veneno.

A proteína chartergellus-CP1, presente no veneno, eliminou células de dois subtipos de câncer de mama: HR+ e triplo negativo, este último sendo um dos mais difíceis de tratar. A revista Toxicology publicou esse avanço em 2022, destacando o potencial desse componente natural no combate ao câncer.

Desde então, Márcia e sua equipe trabalham no desenvolvimento de um medicamento com a chartergellus-CP1. “Estamos em contato com empresas farmacêuticas para realizar mais testes. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas esperamos oferecer mais opções de tratamento com menos efeitos colaterais no futuro”, afirma a cientista, expressando otimismo em uma solução inovadora para o câncer.

FONTES: 111NEXT E RN176