Relacionamento familiar e a formação das crianças e dos jovens

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 13/05/2023 09:15                                                                        Por GRUPO CORAÇÃO DO REI LEÃO   

                      

Reprodução/Foto-RN176 Foto de ilustrativa da matéria – Foto: GETTY IMAGEM

Antes de terem amigos e relacionamentos afetivos, os filhos se espelham no modo como os pais se relacionam. É em casa que eles aprendem a amar, respeitar, prestar atenção às necessidades dos outros e a se adaptar ao jeito das pessoas com quem convivem.

É esperado por eles que os pais se respeitem e saibam resolver conflitos, que ofereçam apoio e proteção, amor e atenção, e os respeitem pelo que eles, filhos, são, sem tecer comparações.

Atualmente, é comum ouvir em rodas de conversa que crianças e jovens só querem saber de celulares, tablets, eletrônicos… Será mesmo?

Crianças e jovens querem interagir, brincar, encontrar, agrupar. Se na própria casa eles se deparam com adultos que estão ocupados respondendo um “último” WhatsApp, um “último e-mail” e/ou visualizando posts ou postando algo nas redes sociais, dentre outros, restam às crianças e aos jovens ter o eletrônico como melhor amigo, o jogo virtual como parceiro e os vídeos contendo “conselhos/depoimentos”, às vezes inadequados. Tudo isso causa muitos danos à formação e ao desenvolvimento saudável.

Por que isso ocorre na maioria dos lares?

Estar junto requer esforço. Escutar requer paciência. A atribulação do dia a dia engole os adultos e o ciclo gira sem cessar. Por sermos do Grupo Coração do Rei Leão, temos total condição de interromper esse ciclo.

Interromper esse ciclo significa criar estratégias para estar juntos de fato. Por exemplo, realizar pelo menos uma refeição em família sem a presença de eletrônicos nesse momento; providenciar jogos educativos e jogos de tabuleiro que exigem estratégias mesmo simples; promover diálogos; elaborar passeios (em parques, de bicicleta, que incluam práticas esportivas etc.) sem necessariamen­te envolver consumo. Muitas são as possibilidades. No início, pode até causar estranheza, mas o resultado acontece, inclusive com os maiores de idade.

Certa vez, em um diálogo, perguntaram ao presidente Ikeda qual a postura dos pais com seus filhos que se sentem sozinhos devido a diversas atividades? A resposta de Ikeda sensei foi a seguinte:

A questão é se os pais têm ou não o respeito dos filhos. Espero que os pais ajudem seus filhos a se orgulhar deles, explicando-lhes que estão se empenhando todos os dias pelo bem dos outros e da sociedade. Também é vital que as crianças saibam que seus pais sentem amor por elas, para que compreendam que a razão de seus pais se empenharem tanto deve-se exatamente a esse amor. Espero que os pais tenham consideração por seus filhos.

Quando não houver tempo, devemos nos empenhar para deixar lembretes ou telefonar. Devemos também usar a sabedoria e criar tempo de vez em quando para passarmos um dia junto com nossos filhos. Trata-se de fazer com que eles saibam que nós nos preocupamos. O simples fato de olhar nos olhos deles cada manhã e trocar palavras de carinho faz diferença.1

Por fim, como pais e líderes, termos constantemente comprovações oriundas da prática da fé para compartilhar com os filhos. Seguramente, observando o avanço da família, crianças e jovens se sentem impulsionados a participar das atividades e dos grupos horizontais. Sensei afirma:

A educação existe para os jovens. Os jovens são o futuro. A educação deve encorajá-los a perceber o potencial inato e a manifestar sua personalidade singular com entusiasmo e vigor. Além disso, deve ensiná-los a defender a dignidade da vida – para si e para os outros – de modo que conduzam uma existência de sublime valor para si e para a sociedade.2

Façamos dos momentos em família o alicerce para um mundo melhor.

Cuidem-se!

Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria Centro-Leste Paulistana (CCLP)

Notas:

  1. Brasil Seikyo, ed. 1.569, 26 ago. 2000, p. A3.
  2. IKEDA, Daisaku. Educação Soka. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2017. p. 11.

Foto: GETTY IMAGES