Artistas periféricos mostram por que 13 de maio não é comemorativo

QUATRO-VÍDEOS: NA ÍNTEGRA DO BRASIL COLONIAL! – 

ROTANEWS176 E POR AGÊNCIA MURAL 14/05/2023 09h00                                                                                      Por Cleberson Santos, da Agência Mural

Conteúdos gráficos e audiovisuais abordam por que a data que marca os 135 anos do fim da escravidão no Brasil não é “comemorativa”.

 

Reprodução/Foto-RN176 “Quarto de Despejo” é considerada uma das obras mais importantes da literatura brasileira Foto: Reprodução

Neste sábado (13), completam-se 135 anos da assinatura da Lei Áurea, que decretou o fim da escravidão no Brasil. A data, entretanto, é tratada como um dia de denúncia e não de celebração, assim como é o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.

O motivo é a situação de abandono que os negros libertos encontraram após a abolição em 1888. Os ex-escravizados foram praticamente expulsos das regiões mais centrais das cidades, migrando para zonas mais afastadas e dando origem ao que hoje a gente conhece como periferia.

Mais de 100 anos depois, o tema da escravidão e da abolição ainda está presente em livros e filmes, e serve de inspiração para músicas de diversos artistas periféricos.

Confira abaixo seis conteúdos que denunciam e ajudam a entender por que o fim da escravidão não refletiu, de fato, na liberdade e melhoria da vida da população negra no Brasil.

Reprodução/Foto-RN176 O documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem” tem como ponto de partida o fim da escravidão Foto: Reproduçã/Netflix

1) Emicida: AmarElo – É Tudo Pra Ontem

Lançado em 2020 pelo rapper Emicida, cria do Jardim Fontalis, na zona norte de São Paulo, o documentário disponível no serviço de streaming Netflix traça uma linha do tempo sobre a influência negra na formação do Brasil no século XX, sobretudo na cultura.

O ponto de partida para essa história está justamente no fim da escravidão e as políticas de apagamento das primeiras “periferias” da cidade de São Paulo: os bairros da Liberdade e do Bixiga, hoje ligados à imigração japonesa e italiana, respectivamente.

2) Rincon Sapiência – Crime Bárbaro

Na música “Crime Bárbaro”, de 2017, o rapper Rincon Sapiência, da Cohab 1 de Itaquera, na zona leste, narra em primeira pessoa a fuga do personagem fictício Galanga, um negro escravizado que havia matado o senhor do engenho para quem trabalhava.

Já o videoclipe, lançado justamente em um 13 de maio, une a narrativa da época colonial com uma perseguição policial nos tempos atuais.

3) Cumbe

Livro do quadrinista Marcelo D’Salete, de São Mateus, na zona leste de São Paulo, “Cumbe” narra a resistência contra a escravidão a partir da perspectiva dos próprios escravizados. D’Salete também é responsável pela graphic novel “Angola Janga”, que conta a vida no Quilombo dos Palmares, onde vivia Zumbi.

4) Quarto de Despejo

Escrito 70 anos após o fim da escravidão, Carolina de Jesus (1914-1977) reserva em seu “Diário de uma Favelada” algumas linhas sobre o 13 de maio. A autora começa contando como é simpática à data e como deseja que os brancos sejam iluminados por Deus “para que os pretos sejam felizes”.

Em seguida, ela narra como a chuva a impediu de ir catar papel e conseguir ter dinheiro para alimentar os filhos: “E assim, no dia 13 de maio de 1958, eu lutava contra a escravatura atual, a da fome”.

A escritora nasceu na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, passou parte da vida na Favela do Canindé, na zona norte de São Paulo, e se mudou para o distrito de Parelheiros, no extremo sul, em 1969, onde viveu até os 62 anos.

5) Doutor Gama

Dirigido pelo cineasta paulista Jeferson De, “Doutor Gama” conta a história de Luiz Gama, um advogado negro e abolicionista que conseguiu a alforria de mais 500 escravizados. No filme, Gama é interpretado pelo ator César Mello, de Carapicuíba, na Grande São Paulo. Lançado em 2021, o filme está no catálogo do streaming Globoplay.

6) Papo Reto

Para finalizar, uma roda de conversa que vai rolar neste sábado no Museu das Favelas. A cantora e influencer Tinna Rios, cria da região de Pirituba, na zona noroeste da capital paulista, irá apresentar outros pontos de vista sobre a abolição da escravatura e como isso se entrelaça com as histórias das mulheres negras no Brasil atual.

O evento começa às 15h e o museu fica na rua Guaianases, na altura do nº 1024, no centro de São Paulo. A entrada é gratuita.

RN176: Já que você assistiu aos quatro-vídeos, relacionados a escravidão e a influência da cultura negra no Brasil, de hoje devido do Brasil-Colonial. Deixe as suas opiniões retratadas pelos, os vídeos vistos?