Bisões são levados ao Ártico para combater o aquecimento global; entenda

ROTANEWS176 10/08/2023 16h24                                                                                                                          Por Alessandro Di Lorenzo, e editado por Bruno Ignacio de Lima

O objetivo dos cientistas é que os bisões assumam o papel de mamutes extintos e ajudem a restaurar os ecossistemas da região do Ártico.

 

Reprodução/Foto-RN176 Imagem: Tim Malek/Shutterstock

Doze bisões das planícies foram transportados por mais de 8 mil quilômetros de um viveiro na Dinamarca até o Parque Natural Ingilor, no norte do Ártico russo. O objetivo dos cientistas é que os animais assumam o papel de mamutes extintos e ajudem a restaurar os ecossistemas da região.

Animais ficarão em quarentena

  • Os bisões, que também são chamados de búfalos, ficarão em uma área protegida de mais de 900 mil hectares.
  • Mas antes de poderem viver livremente no novo lar, precisarão completar um mês de quarentena.
  • “Os búfalos podem se adaptar facilmente ao Ártico porque, historicamente, é seu habitat natural. Eles podem assumir o papel de mamutes, que foram extintos há 11 mil anos”, disse o Departamento de Recursos Naturais e Meio Ambiente da Área Autônoma de Yamal-Nenets, em comunicado.

Como era a região no passado?

  • Bisões da estepe e mamutes lanudos vagaram pelo Ártico russo durante o final do Pleistoceno, de 2,6 milhões a 11.700 anos atrás.
  • Embora uma pequena população de mamutes tenha sobrevivido em uma ilha ao largo do Alasca até cerca de 4 mil anos atrás, a maioria morreu no final da era glacial, quando o clima se tornou mais quente e as planícies deram lugar a arbustos e árvores.
  • “O ecossistema do Pleistoceno era sem árvores e tinha solos bastante espessos. O que você pode ver em seções geológicas desse tipo de paisagem é que, com o tempo, elas estão armazenando carbono do solo – é congelado pelo permafrost e é basicamente uma grande pilha de carbono”, explicou Mary Edwards, professora emérita de geografia física da Universidade de Southampton, no Reino Unido.
  • Os animais que atravessavam essas planícies geladas contribuíram para moldar a paisagem ao pastar e reciclar nutrientes.

Restaurando a paisagem antiga

  • E é exatamente esse o objetivo de introduzir os bisões na região.
  • O projeto traz animais da Dinamarca desde 2019 em uma tentativa de restaurar a paisagem do Pleistoceno e sua capacidade de absorver carbono, segundo informações da Live Science.
  • Isso pode, inclusive, amenizar os efeitos do aquecimento global.
  • Mas especialistas apontam que o clima provavelmente foi mais importante para moldar a paisagem da época.
  • Hoje é muito mais quente e úmido, o que significa que o ecossistema pode não ser adequado para grandes herbívoros.
  • FONTE: OLHAR DIGITAL