Campeão da Copa de 70 confessa que vendeu medalha para comprar cocaína

ROTANEWS176 E G1 18/04/2015 10:35                                                                                                         Por Geneton Moraes Neto

 

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Reprodução/Foto-RN176   Paulo Cézar Lima( O Paulo Cézar Caju). Ex-ponta esquerda  do Botafogo, Flamengo, Grêmio e da copa de 70  revela que vendeu medalha para comprar droga

Um jogador da Seleção Brasileira campeã do mundo de 1970 faz uma confissão:  Paulo Cézar Lima, o Paulo Cézar Caju, revela que vendeu a medalha da Fifa de campeão do mundo e uma miniatura em ouro da Taça Jules Rimet para comprar cocaína. “Jamais eu teria de negociar e vender uma medalha tão preciosa! É uma perda enorme!. Nunca comentei com ninguém, mas agora vou me abrir” – diz, em tom de desabafo.

A revelação foi feita em entrevista que irá ao ar neste sábado, às 21h05, noDOSSIÊ GLOBONEWS, com reprise no domingo, às 15h30.

A medalha e a miniatura em ouro não foram os únicos prejuízos de Paulo Cézar com a droga: o ex-craque diz que perdeu três imóveis na zona sul do Rio. Paulo Cézar lamenta a perda dos troféus e dos imóveis, mas diz que tem um motivo para  comemoração em 2015: faz quinze anos que vive totalmente afastado das drogas e do álcool. “É um negócio excepcional!”. Ao final da entrevista, Paulo César dá um conselho, em tom de apelo: “Digo a quem nunca experimentou drogas: não experimente! Só isso: não experimente!. São mortais”.

O envolvimento de Paulo César com a cocaína começou na França, depois que ele encerrou uma carreira vitoriosa nos campos. O vicio durou nada menos de dezessete anos. O sinal vermelho se acendeu quando uma médica francesa lhe deu um diagnóstico dramático: disse que, se continuasse como estava, Paulo César iria morrer em pouco tempo.

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Reprodução/Foto-RN176  Paulo Cézar Caju: Ex-jogador e tricampeão mundial pela seleção brasileira, na Copa  em 1970

Hoje, Paulo César diz que só escapou vivo “do fundo do poço” porque nunca fumou. Se, na época do descontrole e da extravagância, tivesse somado o cigarro ao álcool e às drogas, ele não tem dúvidas de que estaria morto.

O trecho da entrevista em que ele faz a revelação sobre a medalha e o troféu de ouro:

GMN: Além dos apartamentos, algum outro objeto valioso você trocou por droga – alguma medalha que você tenha ganhado como jogador? 
Paulo César Lima: “A medalha da Fifa de tricampeão do mundo! Você não tem ideia nem do valor nem do que ela representou e representa: o importante para mim era a cocaína.A medalha era o de menos…”.

GMN: A quem você deu a medalha?

Paulo César Lima: “Não me lembro. Eu tinha também uma coleção de Moto-rádios – que eram dados ao melhor em campo. Eram um troféu – mas eu precisava da droga. Você perde a noção total do que está fazendo. Você não tem equilíbrio”.

GMN: Você gostaria de ter de volta essa medalha?

Paulo Cézar: “É até difícil responder o que é que eu gostaria de ter de volta. Nem sei o que te responder – honestamente. Eu não tinha controle emocional. Jamais eu teria de negociar e vender uma medalha tão preciosa! É uma perda enorme!”. Nunca comentei com ninguém, mas agora vou me abrir: passei à frente também a Jules Rimet, por causa da droga. A Jules Rimet – que ganhamos!  ( uma miniatura em ouro da Taça Jules Rimet foi dada a cada jogador da seleção brasileira campeã do mundo de 1970 pelo governo de São Paulo ). Passei para um brasileiro – que era marchand e ourives. Levei para ele – que me deu um bom dinheiro. Comprei uma quantidade suficiente para usar por um bom período. A Jules Rimet foi embora também…Por que fui experimentar as drogas? Não sei como. Eu – que nunca fui drogado nem fui alcóolatra – fui experimentar essa maldita cocaína e esse maldito álcool. Não sei por quê!. A quem tem filhos, a quem nunca experimentou, eu digo: não experimente! É duro, é duro, é duro”.