Guerra nuclear acabaria com o planeta Terra? Estudo responde

ROTANEWS176 E POR OLHAR DIGITAL 15/10/2021 19h08                                                                                     Por André Lucena

A Terra sofre cada vez mais as consequências das mudanças climática. Mas qual seria o impacto de uma guerra nuclear no nosso planeta?

Um estudo publicado no Journal of Geophysical Research: Atmospheres aponta que o conflito, além de resultar em muitas fatalidades imediatas com a explosão, calor e radiação, poderia causar mudanças climáticas que durariam até 15 anos e que ameaçariam a produção de alimentos.

A pesquisa usou um modelo climático moderno para simular os efeitos na química do ozônio e na luz ultravioleta (UV) da superfície que seriam causados ​​pela absorção da luz solar pela fumaça de uma guerra nuclear regional e global, com 5 megatons e 150 megatons de fuligem liberados, respectivamente.

Se fosse uma guerra regional, o resultado seria a perda de 25% da camada de ozônio ao longo de 12 anos. Já uma guerra global devastaria 75% da camada de ozônio em um período de 15 anos.

“Embora suspeitássemos que o ozônio seria destruído após a guerra nuclear e isso resultaria em aumento da luz ultravioleta na superfície da Terra, se houvesse muita fumaça, isso bloquearia a luz ultravioleta. Agora, pela primeira vez, calculamos como isso funcionaria e quantificamos como isso dependeria da quantidade de fumaça”, disse o cientista climático Alan Robock, da Rutgers University, em Nova Jersey, nos Estados Unidos.

Reprodução/Foto-RN176 Ilustração de destruição causada por uma bomba nuclear. Créditos: Razvan Ionut Dragomirescu/Shutterstock

Consequências de uma guerra nuclear para a humanidade

O estudo mostra que ter muito mais luz chegando ao nosso planeta teria consequências profundas para qualquer pessoa e qualquer ser vivo que sobrevivesse às explosões iniciais. Câncer de pele, por exemplo, seria um terrível problema para a humanidade. Processos agrícolas e ecossistemas inteiros estariam com os dias contados.

“As condições mudariam dramaticamente e as adaptações que poderiam funcionar no início não ajudariam conforme as temperaturas voltassem a se aquecer e a radiação ultravioleta aumentasse”, explicou o cientista atmosférico Charles Bardeen, do National Center for Atmospheric Research (NCAR), no Colorado.

“Assim que a fumaça estivesse se dissipando, as rajadas de raios ultravioletas causariam impactos completamente diferentes na saúde humana e na agricultura”, completou o especialista.

“Além de todas as fatalidades que aconteceriam quase que imediatamente, os efeitos climáticos e os efeitos UV seriam generalizados. Eles não são locais onde a guerra ocorre. Eles são globais, então afetariam a todos nós”, finalizou Bardeen.