Médicos mortos no Rio: o que as linhas de investigação indicam à polícia até agora sobre crime na Barra da Tijuca

VÍDEO: NA ÍNTEGRA DAS EXECUÇÕES DOS MÉDICOS! – 

ROTANEWS176 05/10/2023 11:01

Reprodução/Foto-RN176 Marcos de Andrade Corsato (à esquerda), Perseu Ribeiro Almeida (centro) e Diego Ralf Bonfim (à direita) foram vítimas de um ataque na Barra da Tujica

Um grupo de quatro médicos foi vítima de um ataque a tiros num quiosque localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A ação, que durou menos de um minuto, aconteceu na Avenida Lúcio Costa, que fica à beira-mar, após a meia noite desta quinta-feira (5/10).

Duas vítimas, Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, de 33, morreram no local.

Diego Ralf Bonfim, de 35, foi socorrido ainda com vida e enviado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Ele era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e cunhado do também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

Um quarto médico, que também foi alvo dos disparos, sobreviveu e foi encaminhado a uma unidade médica. Segundo informações divulgadas à imprensa, o quadro dele é estável.

Segundo afirmou à BBC News Brasil uma fonte com conhecimento das investigações, há indícios de que o crime pode ter ocorrido porque um dos médicos teria sido confundido com um miliciano.

Ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente do PSOL no Rio de Janeiro, deputado federal Tarcísio Motta, afirmou que “nada indica” que haja motivação política para os assassinatos.

Os médicos estavam hospedados no Hotel Windsor, também na Barra, onde acontece a partir desta quinta-feira o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.

Imagens da câmera de segurança do quiosque, divulgados pelo portal G1, mostram que os quatro médicos estavam sentados numa mesa quando um carro parou na avenida e três homens armados desceram. Em menos de um minuto, eles fizeram os disparos e fugiram com o mesmo veículo.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que apura a autoria e a motivação do crime. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a área do local do crime foi feita uma perícia no local do crime, testemunhas estão sendo ouvidas e as imagens das câmeras de segurança da região estão sendo analisadas.

A Polícia Militar divulgou que agentes chegaram a fazer buscas pelos acusados, mas não conseguiu localizá-los.

Segundo a Folha de S.Paulo, a polícia trabalha com a hipótese de uma execução, pois os autores do ataque não levaram nada das vítimas e um deles até voltou ao local para realizar mais disparos depois da primeira leva de tiros.

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), disse, em nota divulgada em nome de Sâmia e Glauber, afirmou que já pediram ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que a Polícia Federal acompanhe o caso. “Estamos formalizando a solicitação com o ministério”, diz o comunicado.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, prestou solidariedade à deputada e a Glauber, além de anunciar que a Polícia Federal auxiliará nas investigações.

“A Polícia Civil já realizando diligências investigatórias. Secretário Executivo do MJ, Ricardo Cappelli, irá ao Rio e reunirá com a direção da PF e com o governo do Estado”, afirmou Dino pela rede social X, antigo Twitter.

O governador do Rio, Cláudio Castro, descreveu o ocorrido como “crime bárbaro” e prometeu que os assassinos não ficarão impunes.

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Luciano Mattos, determinou que o Ministério Público abra um inquérito imediatamente. Normalmente, esses procedimentos ocorrem após a Promotoria receber o inquérito da Polícia Civil, porém o órgão também pode investigar em paralelo à delegacia.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que a Polícia Civil de São Paulo vai enviar uma equipe do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ao Rio de Janeiro para ajudar na investigação dos fatos.

Marcos de Andrade Corsato

RN176 Médico ortopedia Marcos de Andrade Corsato

Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, era médico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele tinha mestrado na área pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e era especializado em cirurgias de pé e tornozelo.

Além disso, ele também pertencia ao corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele foi professor de ortopedia dos outros dois médicos que também foram mortos no crime.

Em ambos os hospitais, segundo o jornal O Globo, é lembrado como um médico alegre e carinhoso.

Perseu Ribeiro Almeida

RN176 Médico ortopedista Perseu Ribeiro Almeida

Perseu Ribeiro Almeida era casado e tinha dois filhos, de 11 e dois anos, segundo o jornal O Globo. Ele trabalhava no Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié, no interior da Bahia.

Segundo a família, ele nunca havia ido ao Rio de Janeiro e tinha pedido para trocar de plantão para que pudesse ir ao congresso.

Diego Ralf Bonfim

RN176 Médico ortopedista Diego Ralf Bomfim

O ortopedista Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, foi residente do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e era especialista em reconstrução óssea.

Ele e Perseu Ribeiro fizeram residência médica no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Reações públicas

Em nota, o instituto do Hospital das Clínicas de São Paulo afirmou que recebeu “com consternação” a notícia do falecimento dos três médicos.

“O IOT estende as condolências aos familiares e amigos”, diz o texto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido.

“Recebi com grande tristeza e indignação a notícia da execução de Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida na orla da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira. As vítimas estavam na cidade para um Congresso Internacional de Ortopedia. Minha solidariedade aos familiares dos médicos e a deputada Sâmia Bomfim e ao deputado Glauber Braga”, compartilhou Lula.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou que, “em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais”, a Polícia Federal acompanhará a investigação sobre o ataque.

“Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso”, escreveu Dino.

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), afirmou que a Polícia Civil vai usar “todos os recursos necessários para chegar à autoria do crime bárbaro que tirou a vida de três médicos e feriu outro na Barra da Tijuca”.

Sâmia e Glauber se pronunciaram por meio da nota divulgada pela deputada Fernanda Melchionna. No texto, classificaram o caso como um “crime bárbaro” e se solidarizaram com os familiares das outras vítimas.

“Queremos agradecer todas as mensagens de solidariedade e apoio, que vieram de todos os lugares. Evidentemente, Sâmia está devastada nesse momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento”, diz a nota.

“Pelas imagens divulgadas pela imprensa, tudo indica que se trata de uma execução. Exigimos imediata e profunda investigação para descobrir as motivações do crime, assim como a identificação e prisão dos executores”, acrescenta o texto.

RN176; Assista o vídeo na íntegra liberado para o SBTRIO, das execuções dos médicos no Rio de Janeiro, na Avenida Lúcio Costa, em frente do hotel Hotel Windsor aonde eles estavam hospedados, que iriam participar do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo,  num quiosque localizado na Barra da Tijuca. Faça o seu comentário dessas execuções sofridas pelos médicos ortopedistas no Rio? 

FONTE: BBC NEWS BRASIL