Óleo de coco, perfume, desodorante: o que pode e o que não pode passar na vulva

ROTANEWS176 E POR DELAS 04/08/2021 16:28                                                                                                      Por Gabriela Ferreira

Alguns produtos alteram o pH da região e podem causar desconforto e forte odor; especialista conta o que é melhor não passar lá

Reprodução/Foto-RN176  A ducha higiênica na parte interna pode trazer problemas para a saúde da vagina – Cliff Booth

RESUMO

  • Produtos perfumados devem ficar de fora da saúde íntima
  • O ideal é lavar a região com água e sabonete neutro
  • O óleo de coco é bem-vindo! Ele ajuda a manter a vulva hidratada
  • Sabonetes íntimos não são indicados para quem tem infecções de repetição

As discussões sobre cuidados com a  saúde da vagina e vulva ficaram mais frequentes e necessárias com o passar do tempo e o avanço da internet. Mesmo com tanta informação, alguns questionamentos como “devo usar perfume para esconder o odor?” ou “posso lavar dentro da vagina?” ainda geram dúvidas.

Giórgia Pasquali, ginecologista obstetra e colaboradora da Plataforma “Sexo sem Dúvida”, conta que ao contrário do que se espalhou pela internet, lavar a vulva somente com água não remove totalmente as impurezas da pele. “O ideal é fazer a lavagem com água e sabonete hipoalergênico”, conta. Ela também relembra que de maneira alguma é indicado lavar o interior do canal vaginal, isso aumenta o risco de  infecções bacterianas e fúngicas.

A melhor opção para a lavagem da vulva é sempre com os sabonetes hipoalergênicos. Os sabonetes em barra costumam ter pH muito alcalino, o que pode diminuir a acidez natural da vagina e causar irritações, favorecendo algumas infecções. “O ideal é usar sabonetes líquidos cm pH neutro, como os de glicerina ou os de bebês”, diz.

“Os sabonetes íntimos possuem um pH mais ácido e podem trazer benefícios, quando usados sem exageros, por serem hipoalergênicos e por manterem a acidez vaginal, principalmente no período menstrual e em pacientes que estão na menopausa, período em que a mulher costuma ter diminuição da acidez vaginal natural”, afirma. Pasquali também conta que em pacientes que costumam ter infecções fúngicas de repetição, o pH costuma estar mais ácido do que o normal, por isso, os sabonetes íntimos devem ser usados com cautela.

Cuidado com os produtos na região 

Na tentativa de ocultar o odor natural da região, muitas mulheres acabam recorrendo a desodorantes ou perfumes. A ginecologista conta que esses produtos podem causar irritações e alergias na região genital, portanto, devem ser evitados. Produtos como exfoliantes, adstringentes e perfumados devem ficar longe da região íntima.  Se estiver com problemas ou odor forte , isso pode ser sinal de algum problema com a sua saúde íntima. Nesse caso, é bom procurar uma ginecologista.

Na hora do sexo, escolha sempre lubrificantes à base de água. “Lubrificantes ou óleos com cores, sabores e açucares podem alterar o pH da área sim. Já os de glicerina, podem ser usados, mas com cautela, pois altos níveis de gliceróis podem causar desidratação rebote após o uso”, diz. Balas na hora do sexo oral também traz riscos à saúde íntima e podem causar infecções fúngicas.

Para manter um bom “skin care” da região, Pasquali indica passar óleo de coco de boa qualidade que pode ser aplicado diariamente para hidratar a vulva ou também cremes hidratantes à base de ácido hialurônico, específicos para a região íntima.