Os 10 bombardeios mais devastadores da II Guerra Mundial

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ROTANEWS176 E POR FONTE KID BENTINHO 02/07/2002 20:35

A Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) é um dos capítulos mais sangrentos da história da humanidade. A agressão da Alemanha nazista e a subsequente resposta dos Aliados levaram à uma guerra que rapidamente envolveu o mundo inteiro.

Naqueles anos de trevas, a ciência provou o quanto pode ser terrível quando orientada para a violência. Forçada pela urgência da guerra, a tecnologia deu um salto enorme, infelizmente, aperfeiçoando máquinas de matar seres humanos.

Tal avanço tecnológico atingiu seu apogeu terrível nos horrores dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Aqui, não consideraremos os devastadores bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki, mas sim, falaremos das meticulosamente planejadas e prolongadas campanhas de bombardeamento, em que  cidades inteiras foram arrasadas,  ceifando milhões de vidas.

10 –  Osaka (março – agosto de 1945)

Reprodução/Foto-RN176

O Japão sofreu uma enorme perda de vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Seu amargo conflito com os Estados Unidos cresceu numa escalada de violência que culminou com o pesadelo humanitário de Hiroshima e Nagasaki. No entanto, antes do  ataque atômico contra essas duas cidades, os principais centros urbanos do Japão foram sujeitos a uma extensa campanha de bombardeios estratégicos.

Dessas cidades, Osaka foi particularmente atingida, sofrendo mais de 10 mil mortes de civis nos meses de março, junho, julho e agosto de 1945. O primeiro ataque de 13 de março e início da manhã de 14 de março foi, talvez, a mais intensa e destrutiva de tais missões de destruição.

Um total de 274 B-29, aviões bombardeiros americanos, ​​atacaram Osaka naquela noite, deixando devastação em seu rastro. Napalm e bombas de fragmentação incendiárias foram despejados sob a  população civil pelos bombardeiros e o caos reinou durante três horas e meia. Esse único ataque deixou 3.987  e mortos e 678 desaparecidos.

9 –  Kassel –  (fevereiro de 1942 – março de 1945)

Reprodução/Foto-RN176

A cidade de Kassel, na região de Hesse, no centro-oeste da Alemanha, foi alvo de uma campanha de bombardeio contínua, que começou no início de 1942 e durou quase até o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Durante o bombardeio mais pesado e mais intenso, na noite de 22-23 de outubro de 1943, a Real Força Aérea Britânica atacou com 569 bombardeiros sobre o centro da cidade. A explosão concentrada de 1.800 toneladas de bombas incendiárias  resultou numa tempestade letal.

Pelo menos 10.000 pessoas morreram nas explosões e incêndios que se seguiram, as chamas ainda ardiam sete dias depois. A cidade foi bombardeada de forma tão dura por causa de sua importante indústria militar, essencial para a máquina de guerra alemã: a  fábrica de aeronaves Fieseler, a fábrica de tanques Henschel, também importantes fábricas de  motores e de materiais ferroviários estavam instaladas lá.

Quando os americanos chegaram em Kassel, em abril de 1945, havia apenas 50 mil habitantes, em 1939 eram 236.000.

8 –  Darmstadt (setembro de 1943 – fevereiro 1944)

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A cidade alemã de Darmstadt, no sudoeste do país, sofreu vários ataques aéreos, principalmente durante 1943 e 1944. Destes, de longe, o mais destrutivo foi o ataque de 11 a 12 de setembro de 1944, quando a RAF realizou um bombardeio intenso sob a cidade.

Em comparação com outras cidades alemãs, Darmstadt não era um alvo natural: uma cidade universitária, com algumas pequenas indústrias, sendo a fábrica química Merck,  a única digna de nota.

Mesmo assim a cidade foi devastada por uma força de 226 bombardeiros Lancaster e 14 Mosquitos, que intencionalmente espalharam suas bombas sobre uma área tão vasta quanto possível, visando o centro da cidade medieval, onde as casas eram construídas de madeira. Quase todas estas casas foram consumidas pela ferocidade do fogo.

Estima-se que 12.300 habitantes perderam a vida e os alemães  classificaram o ataque como  um “atentado terrorista”.

7 –  Pforzheim (abril de 1944 – março de 1945)

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Perto do fim da guerra, Pforzheim, uma cidade no sudoeste da Alemanha, foi bombardeada várias vezes. A principal razão para os ataques da RAF, como afirmado em um relatório de 28 de junho de 1944, era  a de que na cidade funcionava um centro de comércio joalheiro e de relojoaria, sendo assim, capaz de produzir instrumentos de precisão úteis para a máquina de guerra alemã.

No entanto, a cidade não foi colocada na lista de alvos da RAF até novembro de 1944, e o ataque principal não ocorreu até fevereiro de 1945. Tem sido sugerido – pelo historiador Detlef Siebert – que Pforzheim foi alvejada principalmente porque era fácil de localizar e o centro medieval da cidade era suscetível ao fogo.

Em qualquer caso, 379 aviões britânicos participaram do bombardeio em  23 de fevereiro de 1945, que em terríveis 22 minutos destruiu 83 por cento da cidade, matando 17.600 habitantes e ferindo outros milhares.

6 –  Swinoujscie (12 de março de 1945)

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A cidade polaca e porto de Swinoujscie sofreram  extensivo bombardeio nas mãos da Força Aérea dos EUA na Segunda Guerra Mundial, todos eles  em apenas um dia.

Em 12 de março de 1945, a cidade que estava sobre controle alemão, e onde moravam  muitos refugiados entre sua população, foi fortemente bombardeada. Estima-se que entre 5.000 e 23.000 pessoas perderam a vida neste ataque extremamente destrutivo.

Os números exatos são difíceis de verificar, porque como em muitas outras partes do mundo, naquele momento, a Europa Oriental era um caos total, mesmo com a guerra se aproximando do fim.

Após o fim da guerra, Swinoujscie – anteriormente conhecido pelo seu nome alemão de Swinemÿnde – foi repovoada pelos poloneses, e mantem-se como parte da Polônia desde então.

5 – Londres (setembro de 1940 – maio de ​​1941)

 

Reprodução/Foto-RN176 A cúpula da Catedral de São Paulo destaca-se entre as chamas e a fumaça dos prédios vizinhos, durante os ataques  ​​da Luftwaffe, em 29 de dezembro de 1940,  Londres, Inglaterra.

A Blitz de Londres – expressão nascida da palavra alemã “blitzkrieg”, que significa “guerra relâmpago” – é, para os cidadãos britânicos o cenário de algumas das imagens definidoras da Segunda Guerra Mundial.

A capital do Reino Unido foi submetida a uma campanha de bombardeios estratégicos  realizados pela Luftwaffe alemã, que teve a duração de 76 noites consecutivas e foi diretamente responsável pela morte de 20.000 pessoas.

Estima-se que mais de um milhão de casas foram danificadas ou destruídas durante o bombardeio, com as áreas pobres da cidade, como o East End sofrendo particularmente mais. No entanto, apesar de tal devastação, a determinação da Grã-Bretanha em resistir aos ataques alemães, ajudou a mudar o curso da guerra, e a Inglaterra tornou-se uma base para as forças aliadas.

4 –  Berlim (1940-1945)

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A capital alemã sofreu um longo período de bombardeios que durou durante quase toda a  guerra. No total, Berlim foi o alvo de 363 ataques aéreos entre 1940 e 1945, a partir dos aviões dos britânicos, dos americanos e dos soviéticos.

De 1939 a 1942, a política da RAF de  bombardear apenas edifícios de importância militar direta, foi lentamente suplantada pela nova estratégia de “bombardeio de área” – isto é, o bombardeio de casas e centros civis. Embora a morte de civis nunca foi explicitamente reconhecida como o objetivo, os resultados do bombardeio de área foram inevitáveis.

Entre 20.000 e 50.000 berlinenses perderam a vida no ataques da II Guerra Mundial, e outras milhares de pessoas ficaram feridas e desabrigadas.

3 –  Dresden (outubro de 1944 – abril de 1945)

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Dresden, a sétima maior cidade da Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial, e um centro industrial extremamente importante, viveu um dos bombardeios mais devastadores vistos até aquele ponto da história.

Durante o período mais intenso, de 13 a 15 de fevereiro de 1945, 1.300 bombardeiros de uma força conjunta da RAF com a Força Aérea Americana, despejaram mais de 3.900 toneladas de explosivos e bombas incendiárias sobre a cidade sitiada.

Quinze quilômetros quadrados do centro da cidade foram totalmente destruídos pelo incêndio devastador que varreu as ruas.

O número de mortos foi divulgado  como em mais  200 mil pela imprensa nazista em 1945, mas as estimativas posteriores, incluindo uma apoiada pelas autoridades da cidade em 2010, apresentam o número de 25.000 vítimas do ataque.

2 –  Hamburgo (setembro de 1939 – abril de 1945)

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Bem como Berlim, Hamburgo experimentou períodos contínuos de bombardeios durante a maior parte da guerra. A cidade foi um alvo importante para os  aliados devido ao fato de que ela era um importante porto e centro industrial, lá também estavam instalados os grandes estaleiros alemães que produziam centenas de submarinos e navios de guerra.

O bombardeio mais grave na cidade veio de uma força combinada de bombardeiros britânicos e americanos durante a última semana de julho de 1943.

A Operação Gomorra, como a missão de bombardeio foi nomeada, praticamente varreu a cidade do mapa. A gravidade das explosões, que continuaram durante oito dias e sete noites, criou uma mortal tempestade de fogo  reduzindo a cidade à cinzas.

Cerca de 3.000 aeronaves participaram nos ataques, que deixou 42.600 mortos e 37.000 feridos. Estima-se que mais um milhão de civis fugiram da cidade. No total, 9.000 toneladas de bombas foram jogadas nesta operação. A  Europa continental nunca tinha visto algo parecido,  nem tornou a ver desde então.

1 –  Tóquio (novembro de 1944 – agosto 1945)

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O bombardeio estratégico principal do Japão pelos americanos começou em novembro de 1944 e continuou até a rendição do Japão em 15 de agosto de 1945.

Os EUA já haviam executado um bombardeio menor na capital japonesa em abril de 1942, o esforço inicial deu América uma vitória em termos de moral, mas o bombardeio intensivo da capital japonesa só começou quase  dois anos mais tarde.

Quando os poderosos B-29 Super Bombardeiros Fortaleza entraram em serviço, os americanos fizeram pleno uso dos mesmos, colocando as suas capacidades para o uso extensivo sobre Tóquio. Na verdade, quase 90% das bombas que caíram em solo  japonês foram despejadas por B-29s.

De todas as missões sobre Tóquio, o ataque de 9 a 10 março de 1945, cujo codinome era Operação Capela, foi o mais significativo, e de fato, é considerado o mais destrutivo da história.

Cerca de 1.700 toneladas de bombas caíram sobre a cidade, destruindo cerca de 286.358 edifícios – feitos em grande parte de madeira e papel – e matando um número estimado de 100.000 cidadãosou mais nos incêndios resultantes.

Quando 1.000.000 de feridos e desabrigados são adicionados a esta  estatística, começamos a ter uma pequena noção da escala de destruição testemunhada naquelas terríveis noites  de 1945.