Os 10 terremotos mais potentes e mortíferos da história da América Latina

Região está mais vulnerável à ocorrência de terremotos pois se localiza perto das bordas de placas tectônicas.

ROTANEWS176 BBC BRASILCOM 24/09/2017 12:30

A América Latina é uma regiões do globo especialmente vulnerável à ocorrência de terremotos pois se localiza perto das bordas de placas tectônicas.

Reprodução/Foto-RN176 Maior terremoto do mundo aconteceu em Valdivia, no Chile, em 1960 Foto: BBCBrasil.com

Prova disso são os muitos tremores que sacudiram a região ao longo de sua história, como o ocorrido na terça-feira passada, no centro do México, que deixou, até agora, mais de 300 mortos, segundo estimativas do governo.

No entanto, nem sempre os abalos mais potentes foram os mais devastadores.

A isso se deve uma série de fatores, como a proximidade do epicentro com zonas urbanas, a densidade das cidades afetadas, os recursos dos países atingidos, os protocolos de emergência, entre outros.

A BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, lista abaixo os piores terremotos da história da América Latina tanto em relação à sua magnitude quanto à sua letalidade.

Importante ressalvar que, no caso dos mais antigos, devido à ausência de instrumentos de medição, a contabilidade dos danos físicos e estruturais é feita com base em relatos da época.

Os terremotos mais potentes:

  1. Chile, 22 de maio de 1960 (magnitude 9,5)

O terremoto de maior magnitude registrado no mundo aconteceu em Valdivia, no Chile, em 1960. Deixou 2 mil mortos e 2 milhões de feridos.

O tremor provocou erupções de vulcões e um maremoto que destruiu cidades do litoral chileno.

Também chegou a atingir outros países, como Japão, Estados Unidos (Havaí) e Filipinas.

O Chile é um dos países com maior atividade sísmica da América Latina, já que grande parte de seu território está exposto à convergência das placas tectônicas Nazca e Sul-americana.

  1. Chile, 13 de agosto de 1868 (magnitude 9)

O terremoto foi registrado em Arica, no norte do Chile, quando a cidade ainda pertencia ao Peru. Como não havia medições na época, acredita-se que o tremor tenha atingido 8,6 de magnitude.

Seu epicentro ocorreu no litoral de Tacna, no Peru. Seguiu-se ao abalo um maremoto, que devastou as cidades de Irica e Iquique, além de deixar centenas de mortos. Um terço deles era marinheiros que trabalhavam em barcos na baía.

Reprodução/Foto-RN176 Chile é mais vulnerável à ocorrência de terremotos por sua localização Foto: BBCBrasil.com

 

  1. Chile, 27 de fevereiro de 2010 (magnitude 8,8)

O terremoto sacudiu o centro-sul do Chile e afetou principalmente as regiões de Maule e do Biobío, que posteriormente declararam Estado de emergência.

Originado no Oceano Pacífico, o tremor durou quatro minutos nas regiões mais próximas a seu epicentro. Apesar disso, deixou 500 mortos e 2 milhões de feridos, além de danificar 500 mil casas.

Como de praxe após o terremoto, originou-se um forte maremoto, causando mais devastação.

  1. Equador, 31 de janeiro de 1906 (magnitude 8,8)

Um terremoto com epicentro no Pacífico e próximo à fronteira entre o Equador e a Colômbia causou entre 500 e 1,5 mil mortos em 1906.

A província de Esmeraldas, na costa sul do Equador, foi a mais danificada. A maior parte dos estragos foi causada por um tsunami que arrasou o povoado de Río Verde.

  1. Chile, 8 de julho de 1730 (magnitude 8,7)

O Serviço Sismológico Nacional do Chile considera que o terremoto de Valparaíso de 1730 teve 8,7 de magnitude.

Seu epicentro foi no mesmo local onde hoje está localizada a cidade de Viña del Mar, e causou danos a cidades mais populosas como Valparaíso, Santiago, La Serena e Concepción.

E os terremotos com mais vítimas:

  1. Haiti, 12 de janeiro de 2010 (316 mil mortos)

O país mais pobre das Américas foi devastado pelo terremoto de 2010 do qual até hoje tenta se recuperar.

O tremor teve magnitude 7 e seu epicentro ocorreu a apenas 15 km da capital Porto Príncipe. A tragédia deixou entre 100 mil a 300 mil mortos, 350 mil feridos e mais de 1,5 milhões de desabrigados, segundo o governo.

Milhares de edifícios desmoronaram, incluindo o Palácio do Governo e a sede das Nações Unidas. A falta de recursos, a precariedade das construções, as aglomerações urbanas e a fragilidade do Estado contribuíram para fazer dessa uma das catástrofes humanas mais graves da história.

Reprodução/Foto-RN176  Em 2010, Chile declarou Estado de emergência em algumas cidades, como Concepción Foto: BBCBrasil.com

  1. Peru, 31 de maio de 1970 (mais de 66 mil mortos)

O terremoto mais destrutivo da história do Peru foi registrado nos Andes em 1970 e matou entre 66 mil a 80 mil pessoas.

O tremor, de 45 segundos e de 7,8 de magnitude, destruiu a cidade de Huaraz (que perdeu a metade de sua população) e provocou um deslizamento de terra que soterrou e apagou do mapa a cidade de Yungay, na província de Áncash.

Turistas visitam hoje o que restou da avalanche de pedras e barro. Uma nova cidade, chamada de Nueva Yungay, foi construída sobre a original.

  1. Chile, 25 de janeiro de 1939 (mais de 24 mil mortos)

O terremoto da cidade de Chillán, de 7,8 de magnitude, ocorreu em 1939 e foi o mais fatal da história do Chile: entre 24 mil a 40 mil, segundo diferentes fontes.

Como aconteceu muito tarde, às 23h42 (hora local), a maioria dos habitantes de Chillán não teve tempo de deixar suas casas. Quem não morreu por causa do desastre, sofreu suas consequências diretas, como doenças e falta de água e de comida, além de condições precárias de higiene.

Quase a metade dos edifícios de Chillán ficou destruída. O terremoto acabou marcando o início das grandes campanhas de ajuda humanitária no país aos feridos por catástrofes naturais desse tipo.

Reprodução/Foto-RN176  Terremoto de 1970 no Peru deixou milhares de desabrigados Foto: BBCBrasil.com

 

  1. Guatemala, 4 de fevereiro de 1976 (23 mil mortos)

A Guatemala acordou na madrugada do dia 4 de fevereiro de 1976 por causa de um terremoto de 7,5 de magnitude que deixou 23 mil mortos e 76 mil feridos.

Já afetado pela pobreza e pelo conflito armado interno, o país teve 250 mil de suas casas destruídas e mais de 1 milhão de pessoas ficaram desabrigadas.

Cidades localizadas sobre a falha geológica, como Chimaltenango e Guastatoya, desapareceram por completo. Foram abertas imensas valas comuns para depositar os corpos das milhares de pessoas que morreram por causa do terremoto.

Reprodução/Foto-RN176  Busca por sobreviventes de terremoto no Haiti em 2010 durou semanas Foto: BBCBrasil.com

 

  1. Nicarágua, 23 de dezembro de 1972 (mais de 10 mil mortos)

O terremoto, de 6,2 de magnitude, que destruiu a capital Manágua nas vésperas do Natal, deixou pelo menos 10 mil mortos. Mas estimativas apontam que pode ter sido o dobro disso.

Tal imprecisão se deve ao fato de que muitos cadáveres não puderam ser resgatados e o número de desaparecidos nunca foi determinado.

Quase a totalidade das casas veio abaixo no centro da cidade, que permaneceu praticamente em ruínas durante 20 anos até que os escombros fossem retirados na década de 90. Até hoje, é possível ver o rastro de destruição causado pelo terremoto.

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