Pela primeira vez, astrônomos flagram cometa se desintegrando perto do Sol

VÍDEO: INÉDITO JAMAIS VISTO! – 

ROTANEWS176 E POR OLHAR DIGITAL 16/06/2022 13h01                                                                                      Por Flavio Correia e editado por André Lucena

Astrônomos observaram, pela primeira vez, um cometa rochoso se desintegrando próximo do Sol. Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (15) no periódico científico The Astronomical Journal descreve a trajetória do corpo espacial, denominado 323P/SOHO.

Segundo os autores do artigo, a ocorrência desse tipo de cometa perto da nossa estrela hospedeira é algo raro, e essa descoberta, que foi possível graças a vários telescópios posicionados ao redor do mundo, poderá ajudar a entender o motivo.

Reprodução/Foto-RN176 Cometa 323P/SOHO observado pelo Telescópio Subaru em 21 de dezembro de 2020 (esquerda) e visto pelo Telescópio Canadá-França-Havaí em 11 de fevereiro de 2021 (direita). Créditos: Subaru Telescope/CFHT/Man-To Hui/David Tholen

O amplo campo de visão do Telescópio Subaru, no Havaí, permitiu que os cientistas encontrassem o cometa 323P/SOHO à medida que ele se aproximava do Sol. Esta foi a primeira vez que os pesquisadores o observaram com um telescópio, o que permitiu delimitar melhor sua órbita pouco conhecida.

Feito isso, os astrônomos puderam finalmente apontar outros telescópios para o cometa 323P/SOHO, enquanto esperavam que ele se afastasse do Sol novamente. Foram utilizados no estudo: o Telescópio Canadá-França-Havaí, localizado no cume do vulcão havaiano Mauna Kea; o telescópio Gemini North do Observatório Gemini, que também é no Havaí; o Lowell Discovery Telescope, do estado americano do Arizona, e o Telescópio Espacial Hubble.

“O Telescópio Canadá-França-Havaí forneceu os melhores dados de cobertura, e o Observatório Gemini forneceu os pontos de dados mais densos”, disse Man-To Hui, primeiro autor do estudo, em um comunicado.

Reprodução/Foto-RN176 Cometa rochoso 323P/SOHO em passagem próxima ao Sol. Créditos: Man-To Hui et.al

Segundo as observações, a rocha espacial gira rapidamente, levando pouco mais de meia hora por volta ao redor do Sol. Sua cor varia tanto que não se assemelha a nenhum outro objeto no Sistema Solar. “A coloração é bizarra e muda temporalmente de uma maneira nunca antes vista”, revelou Hui.

Ele contou que, para a surpresa da equipe de pesquisadores, 323P/SOHO mudou de aparência durante sua passagem próxima ao Sol. O que antes era nada mais do que um ponto, acabou se tornando a longa cauda do cometa com poeira ejetada.

Os cientistas acreditam que a intensa radiação solar fez com que partes do objeto se quebrassem, em um processo semelhante ao que acontece quando cubos de gelo entram em contato com um líquido quente e acabam trincando e se despedaçando.

Para os autores, tal mecanismo de perda de massa pode explicar o que acontece com os cometas próximos do Sol e por que são tão raros.

Embora a proximidade com a estrela faça com que esses corpos sejam tecnicamente difíceis de se observar, cientistas acreditam que realmente existam menos cometas perto do Sol, o que pode indicar que algo os aniquila antes que eles consigam mergulhar no astro. Novos estudos devem trazer a resposta para esse enigma (além de novas perguntas).

RN176; Assista o vídeo o momento em que o Telescópio Subaru (japonês) captura a imagem do cometa Kreutx  a caminho da sua própria destruição se chocando com o sol. Comente essa cena inédita feita pelo Subaru?