Preenchimento labial: 8 perguntas e respostas sobre o procedimento

ROTANEWS176 23/01/2024 09h07                                                                                                                            Por: Milena Vogado

O preenchimento labial tem se tornado cada vez mais popular, o que aumenta o número de dúvidas acerca do procedimento.

 

O preenchimento labial é indicado para dar volume aos lábios, melhorar o contorno ou corrigir imperfeições secundárias a traumas locais ou decorrentes do processo de envelhecimento. Por seus potenciais, se tornou um dos procedimentos estéticos mais populares no mundo, principalmente entre as mulheres.

Reprodução/Foto-RN176 Preenchimento labial: 8 perguntas e respostas sobre o procedimento Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Segundo o Dr. Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a técnica mais utilizada é o preenchimento com ácido hialurônico, substância já presente no nosso organismo.

De acordo com o médico, dentre suas diversas funções, o ácido hialurônico preenche o espaço entre as células da pele, deixando-a firme e lisa. Além disso, ele aumenta a hidratação no local aplicado.

Bom senso é fundamental

Contudo, apesar de ser uma opção segura, o preenchimento labial demanda bom senso por parte de quem quer fazer e, principalmente, um profissional qualificado e experiente.

“O objetivo é justamente harmonizar o rosto. Ou seja, cabe ao cirurgião deixar claro que a técnica precisa corresponder com as características do rosto da pessoa. Caso contrário, o resultado poderá ser desproporcional e artificial”, afirma Luís Maatz.

Para Débora Latgé, fundadora da Visatgé, consultora de Imagem com foco em Linguagem Corporal e Facial, e especialista em Visagismo pela Faculdade Belas Artes, é comum atender principalmente mulheres que pedem uma avaliação antes de decidir pelo procedimento.

“Nestes casos, fazemos um estudo baseado no visagismo, ou seja, analisamos harmonia e estética, considerando a proporção do rosto e a personalidade da paciente”. Segundo Débora, a premissa é alinhar a identidade visual com a pessoal.

“O preenchimento labial, por exemplo, vai proporcionar lábios mais volumosos, transmitindo uma sensualidade que não condiz com a personalidade dessa pessoa. Essa transformação pode acarretar em uma crise de identidade, principalmente se ficar exagerado e chamativo. Por isso, a autopercepção é fundamental para que a pessoa faça procedimentos motivados por uma insatisfação pessoal, e não pela imposição de padrões estéticos”, alerta Débora.

Com base em suas especialidades, o cirurgião plástico e a consultora de imagem pontuaram 8 dúvidas sobre o preenchimento labial. Confira:

1 – Fica muito óbvio que fiz o procedimento?  

O resultado tem relação com a técnica de aplicação do profissional, com o tipo de substância e a quantidade injetada. “Na primeira aplicação, o ideal é utilizar apenas 1 ml de produto, para garantir a naturalidade na harmonização dos lábios e evitar o efeito ‘duck lips’, ou bico de pato”, explica Luís Maatz.

2 – O resultado é imediato?

Logo após a aplicação, já é possível notar o aumento do volume dos lábios. “No entanto, o resultado final só é notável após cerca de 20 dias, com o desinchaço total e ação do ácido na região aplicada”, garante o cirurgião.

3 – Qualquer pessoa pode fazer preenchimento labial?

Há casos em que o procedimento não é recomendado, como em mulheres grávidas ou que estejam amamentando. “Pessoas que possuem algum tipo de doença crônica ou alguma inflamação/infecção nos lábios, como, por exemplo, herpes, devem evitar o procedimento”, diz Maatz.

Débora reforça que o profissional deve sempre alertar sobre os impactos de imagem que podem resultar da intervenção. “É importante se aprofundar na personalidade da pessoa e garantir que o resultado fique harmônico com a estrutura do seu rosto e com sua individualidade”, afirma.

4 –  O procedimento causa dor?

Segundo o médico, o próprio ácido hialurônico tem apresentações que já possuem anestésico em sua composição. “Mas, ainda assim, é preciso aplicar anestesia local. Sem ela, o(a) paciente sentirá dor”, diz o especialista.

5 – Botox é a mesma coisa que preenchimento labial?

“Popularmente conhecida como botox, a toxina botulínica é produzida pela bactéria Clostridium botulinum que, aplicada no músculo, resulta no relaxamento do local. Tem como finalidade diminuir rugas dinâmicas e marcas de expressão, podendo também ser usada na região da boca, mas não para o preenchimento labial”, conta Maatz.

6 – O preenchimento também corrige assimetria dos lábios?

O cirurgião explica que o procedimento não serve apenas para aumentar os lábios, mas também para corrigir assimetrias e promover contornos mais definidos, trazendo uma melhor harmonia para a face.

Segundo Débora Latgé, todas as pessoas têm o rosto assimétrico, ou seja, um lado é diferente do outro, em maior ou menor grau. “A intervenção é indicada em casos mais extremos, cuja assimetria labial é bastante evidente, e compromete a autoestima e a qualidade de vida da pessoa”, explica a profissional.

7 – É possível reverter o procedimento?

Sim, já que o ácido hialurônico é reabsorvido naturalmente pelo organismo, dentro de um determinado período. Através da aplicação de uma enzima que inativa o ácido hialurônico, o preenchimento é revertido. “Porém, o procedimento não deve ser realizado prevendo sua reversibilidade”, afirma Luís Maatz.

8 – Qual a duração do preenchimento labial?

A durabilidade média do efeito é de 09 a 12 meses. “Após esse período, é importante fazer uma avaliação e reaplicar o ácido hialurônico, para prolongar os efeitos”, pontua Maatz.

A visagista lembra que o procedimento é um dos menos invasivos e tem a vantagem de não ser definitivo. “As pessoas mudam ao longo da vida, inclusive suas prioridades. Hoje, o preenchimento labial pode ser o seu maior desejo, mas, em algum momento, é possível que você não se identifique mais com ele. Daí o benefício de o procedimento ser de curto prazo”, conclui Débora Latgé.

FONTE: SAÚDE EM DIA